Real no Imaginário

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

The Killers sensation

I've got this energy beneath my feet/ like something underground's gonna come up and carry me,/ I've got this sentimental heart that beats/ But I don't really mind and it's starting to get to me. Amo essa música do The Killers, Sam’s Town. O interessante é essa sensação que tenho quando estou ouvindo o CD. Liberdade. O que inspirou foi ouvir algumas dessas músicas quase agora, antes de digitar essas palavras. Estava pedalando num atalho, uma ruela de barro com mato, muito ao redor e algumas casas. Os buracos no chão faziam a bicicleta rugir e sentir meu peito pulando dentro da blusa. Corria, numa velocidade alucinante. But I'm pushing on for that horizon,/ I'm pushing on,/ Now I've got the blowing wind against my face.

Maravilhosa essa sensação de não ter nenhuma neuroses na minha mente e passar por pessoas simples, com roupas rasgadas e não sentir pena, desprezo, mas sim amor. Não tem como me portar com aquele olhar blasé, não mesmo. Tenho vontade de abraçar cada uma delas e dividir uma gargalhada sem motivo. Sempre encontro um menino com uns cinco anos, sorrio para ele todas as vezes e ele também. Hoje faltava um dentinho, ele está banguelo, que lindo!

Para manter esse estado de espírito continuei ouvindo esse álbum. Também roubei uns biscoitos amanteigados da minha mãe (espero que ela não leia isso), tentei um copo de vinho, mas tinha acabado. Era disso que precisava mesmo, coisas comuns. That it helps to take away the pain./ Hey, Jonny. Hey what you say, Jonny? Ótimo isso. Babaca, mas ótimo. Gosto de sensações, gosto de olhar para as pessoas e ver que tipo de sentimento eles me despertam, sem auto-repressões, disfarces, moralismos. And I'm sick of all my judges/ So scared of what they'll find/ But I know that I can make it. É surpreendente o efeito que qualquer forma de arte tem sobre nós, como algo material, sensitível se torna a extensão do abstrato, do imaginário. Me assumo como alguém sensível, que fica com cara de babaca e reage empaticamente com as pessoas e suas coisas. Acho que você já deve ter reparado nisso.

When you rock and roll with me/ There's nowhere else I'd rather be. Estou apaixonada pela vida. Por mais que eu me desaponte, me decepcione, vejo quanto mais a vida é bela (nossa, me lembrei do filme, maravilhoso por sinal). Ainda estou sob o efeito das músicas, só delas e de nenhuma droga, porém essa ultima sensação que descrevo não é tão momentânea. Vale muito a pena ver o céu, mesmo nublado como hoje, o verde em contraste com o vermelhado do barro da estrada, e os sorriso banguelo de uma criança; ouvir sons naturais ou gravações reproduzidas num MP3 Player; sentir o cheiro da bosta do cavalo e o do mato e das flores; sentir a brisa batendo no meu rosto. São esses clichês da vida cotidiana, os quais todos descrevem, mas que me dão a certeza de que ainda estou viva, e graças a Deus por isso.

Ter sensações é legen... wait for it... dary (uma piada pra quem assiste HIMYM). Claro, também é gratificante saber que alguém, pelo menos você me acompanhou até essas linhas. Sensações são tão pessoais, intrasferíveis, mas tentar compartilhá-las é uma experiência legal. Obrigada. We hope you enjoyed your star/ Outside the sun is shining, seems like heaven ain't far away/ It's good to have you with us, even if it's just for the Day.

1 Comentários:

  • Bom, como um açougueiro, vamos por parte. Liberdade é algo muito pessoal, pelo menos eu vejo assim. E no meu caso ela é um daqueles sentimentos que se poder sentir de verdade na pele. A barreira do simplesmente “imaginar” (tão comum em outros sentimentos) é quebrada quando fazemos algo que nos trás liberdade. E meu conceito de liberdade está muito arraigado ao quanto o mundo ao meu redor pode ser simples. A coisa melhor do que andar de bicicleta??? E sentir o vento no seu rosto?

    E ao mesmo tempo... Liberdade me impulsiona a ter mais raiva ainda dessa sociedade tão opressora. (não de uma forma Supertramp), mais de uma forma muito mais humana. Tentando me livrar do capitalismo exacerbado e do desgosto do ter ao invés de ser.

    Uma das musicas do Eddie Veder diz:
    “É um mistério para mim
    Nós temos uma ambição que concordamos.
    E você pensa que você tem
    Que querer mais do que precisa.
    Até você ter tudo,
    Você não estará livre.”

    Pense bem nela... e decida, o que é o melhor? Liberdade ou isso que o mundo nos traz.

    Muito louco essa questão do querer quere querer...

    e olha, seu blog ta muito maneiro... já sou um freqüentador de carteirinha ok.

    Por Blogger Filipe de Paula Silva, Às 6 de agosto de 2009 às 23:26  

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